A escola básica brasileira tem encontrado
muita dificuldade em ensinar os jovens a ler e interpretar. Os resultados dos
exames nacionais e internacionais vem mostrando reiteradamente essa dificuldade.
É importante dizer que ler e
interpretar são atividades inerentemente políticas. Ou seja, só uma escola que
se vê como uma agência social e política consegue ensinar os alunos a ler e
interpretar de verdade.
Obviamente, perceber a escola como uma
agência política não é uma tarefa tão simples. Requer certo grau de formação e
politização. Só pessoas que receberam uma formação
filosófica abrangente são capazes de entender que a escola faz política a todo
momento e que ler um texto requer uma posição política diante do
mundo.
O inominável, que está ocupando a
presidência da República, é um sujeito inepto e oportunista. Ele está usando
sua incapacidade de compreender e fazer política como uma plataforma política. Ou seja, ele está fazendo uma
combinação perfeita de estultice e oportunismo.
Ele disse hoje: “Queremos uma
garotada que comece a não se interessar por política” (https://bit.ly/2UFWLlR).
Uma afirmação como essa, sob todos os aspectos, é uma insanidade, uma estupidez,
uma afronta à sociedade.
Estamos convivendo com a
mediocridade elevada à condição de projeto.
Mesmo sem adotar explicitamente um posicionamento
antipolítica, nossa escola básica já enfrenta uma enorme dificuldade em ensinar a leitura. Imagine
o que acontecerá quando a antipolítica for transformada numa política de
governo!
A afirmação do presidente nos mostra
a necessidade urgente de construirmos uma ampla rede de resistência política
para salvarmos o MEC, a Educação Básica e a Universidade.
Sem resistência política, a
mediocridade e a barbárie continuarão vencendo. Se a proposta do governo vencer, nossa escola básica deixará de ser escola antes mesmo de ter conseguido ser uma escola.
Não custa dizer novamente: a escola só é escola de verdade quando faz política.
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