O sangue é mais visível em luvas brancas, diz o ditado. Temos aqui um alerta importante: a ostentação de pureza e justiça deve ser vista sempre com muita
A autopromoção moral foi acidamente denunciada
por Jesus, quando chamou os fariseus de sepulcros caiados. Jesus os comparou a
túmulos cuidadosamente pintados de branco por fora, mas carregados de restos apodrecidos
por dentro. Jesus via com clareza o ilusionismo moral que os fariseus praticavam para manter o status quo de grupo religioso mais zeloso e mais devoto.
A religião é uma das instituições socioculturais mais
propícias para o cultivo da autopromoção moral. O problema se agrava ainda mais
quando a religião se fragmenta em seitas. Nestas, a moralidade geralmente
constitui um instrumento importante de apadrinhamento, de punição e de
exclusão.
Como ninguém que se sente parte de uma seita (ou se beneficia dela) quer sofrer sansões ou ser excluído – mesmo quando não consegue atender suas exigências morais mínimas – o jeito é encontrar um meio de fabricar e ostentar retidão. E quanto mais, melhor. Aqueles que têm mais poder e recursos para promover a própria moralidade costumam jamais ser questionados. Com isso, se sentem protegidos para prevaricar à vontade.
Como ninguém que se sente parte de uma seita (ou se beneficia dela) quer sofrer sansões ou ser excluído – mesmo quando não consegue atender suas exigências morais mínimas – o jeito é encontrar um meio de fabricar e ostentar retidão. E quanto mais, melhor. Aqueles que têm mais poder e recursos para promover a própria moralidade costumam jamais ser questionados. Com isso, se sentem protegidos para prevaricar à vontade.
Moral da história: pessoas que enfatizam a própria retidão costumam
esconder algo muito grave nos porões da alma, especialmente aquelas que
acumulam poder.
GOSTEI DO SEU TEXTO. MUITO BOM!
ResponderExcluirExcelente reflexão, parabéns.
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