So I will dance with
Cinderella
While she is here in my arms
'Cause I know something the
prince never knew
Oh I will dance with
Cinderella
I don't want to miss even one
song
'Cause all too soon the clock
will strike midnight
And she'll be gone
Steven Curtis Chapman[1]
A presença das pessoas que amamos é, de tudo que nos cerca, o
que realmente importa. No fim de tudo, nada além das pessoas vale alguma coisa.
Só as pessoas resistem ao fim.
Contudo, mesmo sabendo que no fim só nos restarão as pessoas
amadas, frequentemente permitimos que a presença delas se torne trivial, banal.
Por isso precisamos, com certa regularidade, trazer para o cenário da presença a
possibilidade (ou seria realidade?) da ausência. Quando nos esquecemos da dor que a ausência provoca, acabamos fechando os olhos para a presença, tratando-a de forma naturalizada,
como se ela nunca fosse deixar de estar aqui.
Não é bom falar de ausências que (ainda) não existem.
Acabamos sofrendo por algo que nem sabemos se existirá ou não. Pensar numa
ausência futura é se dispor a sentir fome diante de uma mesa repleta. Parece não
ser uma atitude sábia.
Mas uma reflexão moderada pode nos mostrar um pouco da
sabedoria que se esconde no que ainda não existe.
Talvez o maior ensinamento que podemos tirar da ausência
seja a consciência do quanto a presença é fugaz. A ausência nos mostra, com
clareza, que toda presença passa. Precisamos ser constantemente acordados para viver
a presença enquanto ela ainda está aqui e agora. Logo o dia acabará. E quando a
noite chegar, não vai adiantar invocar a luz. Ela já terá ido embora.
Todos sabemos que a presença tem valor, mas nos esquecemos
disso com muita facilidade. Parece que só percebemos o valor
da presença quando pensamos na ausência ou quando ela, a ausência, chega repentinamente. O
amor é mais forte e intenso quando vimos a ausência se tornando cada vez mais
próxima. E quando ela chega, o amor fica dilacerado.
Portanto, pensar de forma equilibrada nas ausências que
virão pode ser uma forma de nos despertar diariamente para valor das presenças
que estão aqui e agora.
É muito bom ter pai, mãe, filho, irmão etc. conosco. Mas
pode ser ainda melhor. Basta pensarmos no dia em que não estarão mais presentes. É certo que toda presença envolve algum tipo de chateação e aborrecimento, mas nada que se compare ao golpe que a ausência desfere no amor.
A presença vale muito mais quando é avaliada pelo custo da
ausência. É preciso fazer dela, a ausência, a contraparte da presença, o outro lado
do pêndulo.
Realmente, apesar de percebermos a falta que as pessoas fazem, quase sempre quando não estão, é a presença delas que alegra a alma, seja a presença presente ou a presença passada. As lembranças são tão importantes quanto a percepção. Permitir a ausência do outro nos salva do egoismo utilitário e da trivialidade da presença. Excelente texto, como todos os outros.
ResponderExcluirÉ através da ausência da presença que valorizamos a presença daqueles que amamos. Pois "a ausência aumenta o amor e a presença o fortalece."
ResponderExcluirThomas Fuller