Todo “texto é um tecido de citações saídas dos mil focos da cultura” (Roland Barthes)
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 15, 2012
Todo texto contém resíduos, vestígios de textos precedentes e de textos que ainda virão.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 15, 2012
Logo, a crença num autor criador, um “Adam early in the morning” (H. Bloom), não passa de um mito, já descontruído pela Análise do Discurso.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 15, 2012
Às vezes o texto foge de mim. O que eu faço? Nada! O que acontece? Instantes depois ele volta mais manso e suave, cheio de planos pra mim.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 16, 2012
Navegar pelas ruas escuras do texto a nascer me permite ver apenas vislumbres, vultos. Por enquanto, tudo é hipótese, suposição. #letras365
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 16, 2012
Às vezes sinto certo estranhamento diante do meu próprio texto. Será que existem outros eus em mim? Ou será que o texto não é meu.#letras365
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 16, 2012
Só existe um tipo de coisa que enfraquece as neuroses: o texto. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 16, 2012
Às vezes o texto foge de mim. O que eu faço? Nada! O que acontece? Instantes depois ele volta mais manso e suave. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 16, 2012
O estranhamento para com o próprio texto acontece quando a gente se nega ao texto, deixando-o órfão. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 17, 2012
Às vezes eu fujo do texto. O que ele faz? Nada! O que acontece? Volto menos inseguro e mais disposto a deixá-lo fluir. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 18, 2012
Preciso descobrir como posso me engajar no meu próprio texto. #letras365
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 18, 2012
Escrever é permitir que o texto se desgrude da gente, tornando-se autônomo, alheio à nossa intenção e interpretação. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 18, 2012
O texto, uma vez escrito, segue o seu próprio caminho.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 20, 2012
Será que, às vezes, resisto ao texto por ter medo de ficar incompleto? Será que o que de mim se vai quando o texto é escrito faz falta?
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 20, 2012
Será que a gente perde algo, se retrai, quando escreve? Ou será que agente ganha, se expande? O Texto é um pedaço que vai ou que aumenta?
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 20, 2012
O texto nasce como uma resistência à ameaça de não-ser. O texto é uma resposta de coragem [Ruminando Tillich: A coragem de ser]. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 25, 2012
Se o texto se desprendeu de mim, não é mais parte de mim. Eu o perdi. Ele foi amputado, se emancipou.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 26, 2012
Eu adoraria se fosse possível produzir um texto sem ter de escrevê-lo.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 26, 2012
Escrever é um ato de coragem. O texto pode nos levar a lugares (e mentes) extremamente hostis.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 26, 2012
O texto jamais retorna incólume à sua fonte autoral. Nenhum texto permanece idêntico a si mesmo quando circula.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 26, 2012
Deixemos o texto seguir o seu próprio curso, sem que um eu exteriorizado, corrompido pelo desejo de perfeição, lhe reprima.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 26, 2012
Você já se deparou com o desejo de escrever um texto que resiste se ancorar nas palavras? Esse é o mundo de quem vive/sofre pelo texto.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 26, 2012
O sentido nunca é centrado e estável. Há em todo texto uma profunda dispersão de sentidos e vozes. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 27, 2012
Há textos que nos servem de máscaras; há outros que são a nossa própria pele. #letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 28, 2012
Há textos que são o escoamento de palavras-sangue drenadas de nossas próprias veias.#letras365.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) fevereiro 29, 2012
O texto, sob o ponto de vista do sentido, se prolonga indefinidamente; hão há encerramento. Todo texto é inerentemente aberto, incompleto.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) março 1, 2012
Não há um texto em que eu não esteja presente; também não há um texto em que eu esteja totalmente presente.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) maio 9, 2012
A vida é construída e recortada no texto. Quando escrevemos expandimos e limitamos quem somos.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) maio 9, 2012
A vida é construída e recortada no texto. Quando escrevemos expandimos e limitamos quem somos.
— Sostenes Lima (@Limasostenes) maio 9, 2012
Sostenes Lima
@Limasostenes