“Palavra escrita com paletó e gravata não serve para
literatura [nem para qualquer outra coisa realmente útil]. Manoel de Barros,
poeta matogrossense, tinha horror de palavras solenes: 'Pra limpar as palavras
de solenidade eu uso bosta...'. Língua solene é coisa de políticos e advogados.
É preciso ir ao encriançamento das palavras, palavras-brinquedo, palavras
bolhas-de-sabão...” [Rubem Alves].
Um
texto pode ser difícil de ser compreendido por duas razões: profundidade e
tolice.
A
profundidade ocorre quando o texto aborda um conteúdo complexo, que foge ao
conhecimento do leitor comum.
A
tolice ocorre quando o autor do texto é metido a (falso) erudito. O coitado acha
que colocar palavras difíceis ou usar uma sintaxe rococó (cheia de curvas e
enfeites de mau gosto) torna o texto melhor.
Que
fique bem claro: não é bonito usar vocabulário complicado e/ou sintaxe à moda do hino
nacional. Isso torna o texto uma lástima. Só quem não sabe
escrever usa esse tipo de recurso. Escrever complicado é um vício, não uma virtude de estilo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário